Programa Vale do Jiquiriçá: a saúde mental como um lugar de encontros

Deivisson Freitas da Silva, André Henrique Oliveira Gonçalves, Bruna Lopes Ferraz de Avelar, Marcos Oliveira Carvalho Alves, Domingos Macedo Coutinho

Resumo


Introdução: A Reforma Psiquiátrica sustenta-se no pressuposto da desinstitucionalização dos pacientes e na territorialização dos cuidados em saúde mental. Logo, há a necessidade de se estruturar redes de cuidado substitutivas ao manicômio com diferentes níveis de atenção integrados e que sirvam como campo de prática para formação profissional em saúde mental, especialmente na Atenção Primária.

Objetivos: Diante das dificuldades dessa estruturação, o Brasil tem buscado estratégias que adequem a implementação dessa política para a pluralidade territorial brasileira. Nesse contexto, insere-se o Programa de Saúde Mental Vale do Jequiriçá (PSM-VJ), cuja atuação será relatada neste trabalho.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O PSM-VJ, atividade de extensão universitária promovida pelo Departamento de Neurociências e Saúde Mental da Faculdade de Medicina da Bahia-UFBA, envolve docentes de psiquiatria e psicologia, estudantes de graduação de psicologia, medicina e médicos-residentes em psiquiatria na realização de ações no campo da saúde mental em três cidades baianas de pequeno porte, integrando ensino e serviço nas três cidades, promovendo a formação profissional continuada embasada nos princípios da reforma psiquiátrica e espaços de diálogo entre os atores de tal cenário (usuários, trabalhadores, gestores etc). Para a análise em questão, foram utilizadas as atividades realizadas quinzenalmente pelo PSM-VJ.

Resultados: São atividades desenvolvidas pelo programa: capacitações dos ACS; oficinas com usuários do serviço de saúde mental, familiares e população transeunte; atividades ambulatoriais; Visita-Domiciliar (VD); espaços de corresponsabilização e suporte técnico às gestões municipais. Observou-se que a inserção de graduandos e residentes em ambientes primários de atenção à saúde mental permite a identificação da alta resolutividade de tais serviços, além do desenvolvimento da atuação em equipe, da construção de novos saberes, do envolvimento de ACS e familiares no cuidado aos pacientes, da redução do número de (re)internações dos usuários do serviço e da instrumentalização das gestões em saúde mental.

Conclusão ou Hipóteses: Longitudinalmente, tal programa auxilia na obtenção das competências (comunitárias, municipais etc) necessárias para o alcance da autonomia do cuidado em saúde mental nos moldes da Reforma, através da instituição de uma formação profissional atualizada e da viabilização do tratamento no/do território, oportunizando a construção de um novo olhar comunitário sobre a loucura.


Palavras-chave


Saúde Mental; Atenção Básica; Docente-assistencial

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