Roda do quarteirão: conhecimento, reflexão e diálogo na saúde - relato de experiência
Resumo
Introdução: A Ação Educativa em Saúde (AES) deve ser considerada como um processo dinâmico, contínuo e que promova a produção coletiva de conhecimentos e a reflexão acerca da realidade vivenciada pelos seus membros. Os encontros pontuais da comunidade com os profissionais nos Centros de Saúde da Família (CSF) nem sempre são oportunos para o diálogo e a reflexão sobre as práticas em saúde.
Objetivos: Descrever a experiência de um modelo de diálogo reflexivo com a comunidade; Identificar barreiras de acessibilidade aos cuidados no Centro de Saúde da Família.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A experiência foi realizada em um bairro de Sobral-CE, na área adscrita da equipe 4 do CSF Terrenos Novos no período de outubro à novembro de 2012. Foram realizados quatro encontros em ruas aleatoriamente escolhidas pelo agente comunitário de saúde (ACS) e com a participação dos moradores, enfermeira, médico, assistente social, dentista, educador físico, fisioterapeuta, psicólogo, além de estudantes de enfermagem e medicina. Durante três encontros os temas da conversa foram “Princípios do SUS” e “Organização do serviço no CSF Terrenos Novos”. “Auto medicação e ansiedade” foi tema do quarto encontro.
Resultados: Durante os encontros os moradores puderam fazer perguntas e expressar a opinião sobre questões como a equidade, a marcação de consulta com o dentista, marcação de consulta para o médico da área, método utilizado pela equipe para a triagem e sobre a atitude pouco acolhedora de alguns profissionais no CSF. Além disso, a equipe chamou atenção para a alta taxa de absenteísmo em consultas agendas (em torno de 30%), dificultando o acesso de quem precisava de cuidados. Sobre a auto medicação e ansiedade os usuários puderam debater sobre situações geradoras de ansiedade e estratégias de enfrentamento através da realização de atividades prazerosas, como a participação no grupo de caminhadas.
Conclusão ou Hipóteses: O debate fora do CSF possibilitou aos moradores um discurso mais crítico acerca dos processos de trabalho. Além disso, houve o reconhecimento de que a ansiedade é um sintoma comum e que pode ser cuidada sem medicamentos. A experiência tem revelado a importância de compartilhar as dificuldades e enfrentar os desafios, sobretudo ouvindo sugestões dos usuários.
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