Representações sociais de família para adolescentes desafiliados
Resumo
Introdução: A desafiliação na adolescência tem sido alvo de muitos estudos, contudo, as políticas públicas ainda não são suficientes para um enfrentamento adequado no sentido de sua prevenção dado a complexidade do contexto em que ocorre. A problemática da família para os jovens desafiliados constitui a raiz do processo de afastamento do convívio familiar.
Objetivos: Considerando a contribuição da Teoria das Representações Sociais para construir conhecimento, particularmente, acerca da família, objetivou-se levantar e analisar as representações sociais sobre família a partir de estudos com adolescentes desafiliados.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Realizou-se pesquisa bibliográfica nos estudos qualitativos envolvendo adolescentes desafiliados desenvolvidos nos projetos acadêmicos desenvolvidos na parceria entre o Instituto de Psiquiatria da UFRJ (IPUB/UFRJ) e a Faculdade de Enfermagem da UERJ (FENF/UERJ); no período de 2007 a 2012. Os dados foram interpretados e discutidos através da análise de conteúdo temático-categorial buscando-se indícios sobre as teorias construídas e compartilhadas no senso comum por estes jovens acerca da família.
Resultados: A representação de família está calcada no modelo hegemônico de família nuclear e apesar de valorizarem as novas configurações e outras referencias significativas como parte da família, ainda há dificuldade de convívio e de aceitação destas novas figuras. A mãe aparece como protagonista central desta representação, influenciando positiva ou negativamente. A família aparece como responsável pelo abandono do lar a partir das situações de violência. Contudo, também aparece conferindo-lhes apoio e cuidado. Apesar da violência intrafamiliar, consideram ruim estar afastado, pois remete a um lugar de não-pertencimento.
Conclusão ou Hipóteses: As representações de família para jovens desafiliados são marcadas por contradições entre o desejo de uma família feliz e a vivência de violência intrafamiliar. Não se trata da presença/ausência das figuras paternas; mas da qualidade da relação entre as pessoas significativas da família (em rede) – o que extrapola a observação limitada do profissional de saúde e demanda arsenal teórico adequado
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