Experiência de caso em Terapia Comunitária Integrativa (TCI)
Resumo
Introdução: No Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF) em parceria com o Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP), ENSP/FIOCRUZ, são realizadas rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Na roda de TCI, são recebidas todas as pessoas que queiram participar e também as que são encaminhadas pelo CSEGSF. Dentre as demandas, são comuns casos de depressão e angústia.
Objetivos: Reunião em grupo com a finalidade de aliviar o sofrimento, aumentar a auto-estima e formar redes sociais solidárias. Trabalho na área da saúde que lida com os sujeitos e seus sofrimentos e não com a doença e vem sendo realizada desde 2006 no CSEGSF.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Cada encontro de TCI tem duração entre uma e duas horas e é realizada em cinco etapas: acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização e encerramento. Trata-se de uma técnica cujos fundamentos são: a teoria sistêmica, antropologia cultural, a resiliência, educação popular e saúde. Neste trabalho, retrataremos a trajetória de uma participante do grupo no mês de janeiro de 2011. Mulher de 58 anos, com esforço relata perda do filho caçula de 19 anos, vítima da violência urbana, enquanto saía para o trabalho. Desde o acontecido, permaneceu no quarto, deitada na cama do filho morto, abraçada a sua foto, sentindo o vazio em sua volta e mal se alimentava.
Resultados: Após participar das reuniões, e perceber sua história semelhante a de outros, se junta ao grupo na busca de formas para superar seus problemas. Sua dor diminuía frente às outras mães/pais abandonados por filhos vivos e, na reflexão dos diversos sofrimentos partilhados nas rodas vivenciadas por ela. Aos poucos a mulher retomou sua vida, voltou a se aproximar da filha e das netas, a visitar amigos que a ajudaram e retornou ao grupo da igreja. Recolocou a foto no lugar e voltou a dormir em sua cama. Sente-se mais fortalecida e retornando a interagir com a vida após ter transformado sua dor em saudade. Ausentou-se das rodas de TCI, devido estar trabalhando em dois lugares.
Conclusão ou Hipóteses: A escuta de outras vivências e experiências na TCI permitiu a usuária compreender a importância de mudar sua atitude para transformar o seu sofrimento em crescimento, propiciando atitudes positivas diante da vida, buscando assumir uma postura pró- ativa. A atividade tem mostrado ter potencial como prática de cuidado em saúde.
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